O Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa) aprovou em março deste ano a especialidade para fonoaudiólogos em Disfagia. Para ser reconhecido como especialista pelo CFFa, o fonoaudiólogo terá de se submeter à uma prova específica. A prova de especialização em Disfagia tem previsão de ser anual, assim como todas as outras especializações já anteriormente reconhecidas pelo Conselho.
Esta especialização veio após sugestões de Conselhos Regionais, associações e entidades profissionais de fonoaudiólogos e consulta pública ocorrida entre outubro e novembro de 2009. Antes desse reconhecimento, as atividades do especialista em disfagia eram de competência dos especializados em motricidade orofacial.
A disfagia já foi regulamentada pela resolução CFFa no. 383, de 20 de Março de 2010. Antes disso, a Resolução CFFa no. 356, de 6 de Dezembro de 2008, reconhecia a competência técnica e legal do fonoaudiólogo para atuar nas disfagias orofaríngeas.
A dificuldade de engolir é um sintoma comum de diversas doenças e pode ser causada por alterações neurológicas, como o acidente vascular cerebral (AVC), ou doenças neurológicas e neuromusculares e também alterações locais-obstrutivas.
O tratamento fonoaudiológico para a doença é essencial, pois evita complicações respiratórias, nutricionais, internações prolongadas e diminui a exposição do paciente a infecções hospitalares.
Uma das beneficiadas pelo tratamento fonoaudiológico em disfagia é a pequena Eduarda Vitória Souza, de cinco anos. Eduarda sofreu uma parada respiratória no momento do nascimento e foi levada para a UTI correndo risco de vida. Sobreviveu, mas teve a coordenação motora atingida, o que prejudicou sua fala e mastigação. Ela faz acompanhamento fonoaudiológico há três anos e meio e a melhora é perceptível. "A coordenação motora corporal dela evoluiu pouco a pouco, assim como a mastigação. Mas o tratamento está sendo essencial para cada melhora que ela tem", relata Tatiane dos Santos, mãe de Eduarda.
A evolução mais acentuada de Eduarda foi na comunicação com a mãe. Antes de começar o tratamento, ela não emitia sons e se comunicava com a mãe por meio de gestos. Hoje a perspectiva mudou. "Eu percebi um salto muito grande na comunicação nesses quase quatro anos de tratamento. Antes eu fazia tudo na hora em que achava que devia. Agora ela já chama minha atenção quando quer ou não quer algo" afirma Tatiane. A felicidade maior de Tatiane, contudo, só vai ocorrer no ano quem vem. "Graças ao tratamento minha filha já está na creche e no ano que vem vai para a escola", comemora.
Outra mãe contente com o tratamento é Verônica Sartori, mãe de Jennifer. A mãe comemora a evolução da filha nos sete anos de tratamento fonoaudiológico. Aos três anos de idade, Jennifer sofreu uma parada cardíaca e desenvolveu problemas neurológicos que afetam sua visão, sua fala e comprometeram seus movimentos. "O tratamento fonoaudiológico foi essencial: eu jamais imaginaria ver a minha filha mastigar de novo, falar de novo. E após oito meses do início do tratamento, agente já iniciou alimentos pastosos, que necessitavam do mínimo de mastigação. Hoje em dia ela come, estuda e tem amigos como qualquer outra criança."
Fonte: Revista Comunicar - ano XI - número 45 - 2010.
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