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terça-feira, 17 de agosto de 2010

Drogas: grandes inimigas da voz

Os fatores prejudiciais para o trato vocal já são bastante conhecidos entre nós fonoaudiólogos e médicos. Infelizmente o mesmo não acontece entre os pacientes, mesmo sendo eles profissionais da voz. Todos os aspectos sobre a saúde vocal devem ser discutidos sempre que possível entre o fonoaudiólogo e o paciente durante as sessões de fonoterapia, porém, alguns merecem destaque. As drogas, independente de serem lícitas ou não, tem sempre efeito devastador sobre o organismo.
 
Fumo: É altamente prejudicial para o trato vocal, pois, o calor da fumaça agride todo o sistema respiratório, trato vocal e pregas vocais. Ocasiona irritação de todo o trato vocal e edema em pregas vocais, facilitando o surgimento de pigarro e tosse decorrentes do aumento da secreção. Além disto, o cigarro é considerado uma das maiores causas da câncer de pulmão e de laringe.

Álcool: Sua ingestão resulta em irritação de todo o trato vocal. Causa uma redução das defesas do organismo, decorrentes da ação de imunodepressão. Aparentemente, a ingestão de uma pequena dose de álcool parece provocar uma "melhora" na qualidade vocal. Isto se deve a uma liberação do controle cortical, associada à anestesia da região faríngea. Tal anestesia, na realidade, resulta em redução da sensibilidade, permitindo que vários abusos vocais sejam cometidos sem serem percebidos. Os destilados são piores para a saúde vocal do que as bebidas fermentadas, mas seus efeitos dependem mesmo é da quantidade que será ingerida.

Maconha: É extremamente irritante para a mucosa do trato vocal. Geralmente, a droga é consumida enrolada em papéis muito tóxicos, sem filtro e costuma-se tragá-la com muita força. Segundo Andrada e Silva, esta maneira de fumar faz com que, através da pressão negativa criada em decorrência da erva estar muito comprimida, se crie uma enorme elevação da temperatura do trato vocal; a fumaça entra muito aquecida na região laríngea, e muitas vezes, as pessoas retém a fumaça na garganta. Esta maneira de fumar, associadas à alterações de ordem neurológicas e cardiovasculares, pode produzir: estado de sonolência, hipoglicemia reativa, imprecisão articulatória, alterações no ritmo e na fluência da fala, extrema secura do trato vocal, aumento de pigarro e voz agravada e pastosa.

Cocaína: Seu pó quando aspirado, lesiona qualquer região do trato vocal. Pode causar perfurações no septo nasal e ulcerações na região da mucosa das pregas vocais. Além disto, provoca alterações neurológicas e vasculares como: taquicardia, enrijecimento da musculatura que envolve a articulação temporomandibular, ritmo de fala acelerado, imprecisão articulatória, ataque vocal brusco, voz aguda e hipernasal.

Sprays e pastilhas: Sua utilização sem prescrição médica pode ter efeito semelhante ao álcool. Podem portanto, irritar o trato vocal e causar efeito analgésico, "mascarando" a dor na garganta. A qualidade e viscosidade da saliva também é alterada.

Automedicação: Os pacientes disfônicos, em sua grande maioria, tem o mau hábito de se automedicar. Todos conhecem sempre um "bom medicamento" ou uma "boa receita caseira". Quase sempre estes medicamentos causam alterações no trato vocal, portanto, devemos evitar medicamentos que não foram prescritos por um médico otorrinolaringologista.

3 comentários:

  1. Existem referências à parte que se refere sobre o álcool? Estou realizando uma pesquisa. Obrigada. Jéssica

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