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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Uso fonoaudiológico da Eletroterapia Transcutânea

 

 

A eletroterapia transcutânea (TENS) vem sendo aplicada em vários tipos de tratamento de saúde e consiste no uso de correntes elétricas dentro da terapêutica. Na forma transcutânea, os eletrodos são aplicados diretamente sobre a pele e o organismo será o condutor. Nos últimos anos houve grande evolução no conhecimento dos efeitos fisiológicos de correntes terapêuticas.
 
Em geral, a finalidade do TENS é gerar analgesia. Outras formas de chegar ao mesmo efeito são a eletroestimulação funcional (FES) e a eletroestimulação neuromuscular (EENM). Todas são de baixa frequência e tem um objetivo comum: produzir efeitos no tecido tratado, obtidos por meio de reações físicas, biológicas e fisiológicas do tecido.
 
As correntes podem atuar em diferentes condições e promover analgesia, contrações musculares, melhoria do fluxo circulatório local, drenagem de líquidos, tonificação ou relaxamento muscular, bem como incentivar a regeneração e a cicatrização de diversos tecidos corporais.
Para o fonoaudiólogo Bruno Guimarães, um dos pioneiros na utilização da eletroestimulação no Brasil, a fonoaudiologia é uma ciência que estuda tanto aspectos orgânicos quanto funcionais e, por isso, cada vez mais, busca o uso de técnicas existentes em outras áreas. Ele explica que outros campos do conhecimento já desenvolvem estudos de mais de 60 anos de prática e comprovação bibliográfica. Essas pesquisas mostram a importância desse recurso para aliviar tensões e dores, facilitar os movimentos articulares e a contração muscular, melhorar o condicionamento muscular, favorecer a drenagem linfática na estética, entre outros.
Bruno Guimarães lembra que, como em toda terapia, o uso da TENS também tem prós e contras. “Existem pacientes que podem ou não ser estimulados. É assim na fisioterapia, na odontologia, na terapia ocupacional, na educação física, na medicina”, explica o fonoaudiólogo. Ele acredita que não deveria haver tanta polêmica em torno do uso dessa técnica nas clínicas fonoaudiológicas relacionadas com disfagia, disfonia, motricidade oral e disfunções temporomandibulares (DTM).
“Alguns trabalhos científicos mostram que a eletroestimulação pode ter excelentes resultados em relação ao tratamento da disfonia. Tradicionalmente são usadas técnicas de relaxamento cervical e laríngeo, buscando-se o equilíbrio da musculatura da laringe no fechamento glótico. Vários autores recomendam que o relaxamento laríngeo seja priorizado nos casos de disfonia por tensão muscular. Nesse contexto, a estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS), além da analgesia, promove melhora da vascularização na região da aplicação e auxílio no relaxamento muscular, podendo ser utilizada do tratamento da disfonia por tensão muscular.
Relacionando a eletroestimulação ao tratamento da disfagia, os resultados apresentados pela bibliografia internacional demonstram se tratar de uma técnica que apresentava vantagens e desvantagens, como qualquer uma das conhecidas até hoje e usadas largamente pelos fonoaudiólogos.
Bruno Guimarães afirma que “usar eletroestimulação requer habilidades e conhecimentos tais como: princípios da eletrofisiologia; parâmetros como pulso de frequência, duração de pulso, amplitude, ciclos e rampas; saber alterar um parâmetro capaz de afetar o resultado do cliente; avaliar e gerir disfagia e disfonia, DTM; os padrões de recuperação neuronais; compreender a fisiopatologia completa do cliente; diagnosticar com precisão problemas como sincinesias, espasmos e hipertonia; identificar contraindicações para o uso e monitorar resultados adversos”.
Como toda técnica “nova”, a eletroterapia transcutânea precisa ser mais estudada e testada para que seu uso seja feito em conformidade com cada paciente.
Fonte: Revista Comunicar – Ano XIII, no 55 – out-dez de 2012.

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