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terça-feira, 16 de novembro de 2010

Sobre as disfonias funcionais primárias


As disfonias funcionais primárias também
podem ser chamadas de disfonias
comportamentais puras.
Uma definição simples e objetiva foi dada por Perelló & Miguel em 1973 para as chamadas disfonias funcionais: "disfonia que não apresenta nenhuma alteração laríngea visível no exame laringoscópico". Se olharmos para a multifatoriedade deste tipo de disfonia, veremos que esta definição é bastante superficial.
     Behlau & Pontes (1992) afirmam ser este tipo de disfonia muito mais complexa do que parece, sendo até mesmo possível dividi-la em 3 grandes categorias:
Disfonias funcionais primárias: são decorrentes do uso incorreto da voz.
Disfonias funcionais secundárias: são aquelas favorecidas por inadaptações vocais.
Disfonias funcionais psicogênicas: instaladas por fatores relacionados ao simbolismo vocal.
     Hoje falarei sobre as disfonias funcionais primárias, que também podem ser definidas como disfonias funcionais por uso incorreto da voz.
     Este tipo de disfonia representa a disfunção vocal propriamente dita. Deve-se ao uso incorreto da voz causado pela falta de conhecimento vocal do próprio indivíduo, que por não ter conhecimento sobre o modelo vocal ideal acaba utilizando seu aparelho fonador de forma inapropriada, trazendo prejuízos à voz. Portanto, a qualidade vocal pode ser alterada em grau variável, com flutuação dos sinais e sintomas vocais.
     Os desvios nos ajustes vocais apresentados podem envolver desde questões relacionadas à postura corporal, com impacto direto ou indireto sobre a produção vocal, até questões ambientais, como falar em forte intensidade em ambiente barulhento. Noções tais como inspirar antes de falar, articular corretamente e com a boca bem aberta, não competir com ruído de fundo e usar roupas confortáveis, principalmente na região do pescoço e tórax, podem ajudar a evitar as complicações vocais. (Behlau & Pontes, 1992)
Veja abaixo alguns fatores causais das disfonias funcionais:
- falta de alinhamento postural dequado entre cabeça e pescoço;
- falta de coordenação adequada entre fala e respiração;
- grande tensão corporal durante a fonação;
- falar constantemente em intensidade mais alta ou muito baixa;
- falar muito rápido;
- usar a voz profissionalmente sem a técnica adequada;
- modular a emissão apenas através da elevação da intensidade;
- cantar por muito tempo sem a técnica vocal;
- não articular adequadamente os sons da fala;
- usar constantemente ataques vocais bruscos;
- falar com voz sussurrada;
- usar demasiadamente práticas vocais abusivas como pigarrear e tossir com esforço;
- não hidratar-se suficientemente.

Bibliografia consultada: Behlau & Pontes (1992)

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