Por Sabrina Leão
Na Classe III, os primeiros molares inferiores posicionam-se mesialmente em relação aos superiores, e o arco mandibular encontra-se maior em relação ao maxilar. Tal alteração decorre do prognatismo mandibular (tamanho desproporcionalmente maior da mandíbula em relação à maxila) e do retrognatismo maxilar (achatamento do terço médio da face). O perfil do paciente é côncavo, variando o gral de acordo com a gravidade do caso. Indivíduos com este tipo de deformidade sempre apresentam alterações miofuncionais orais.
Na Classe III, os primeiros molares inferiores posicionam-se mesialmente em relação aos superiores, e o arco mandibular encontra-se maior em relação ao maxilar. Tal alteração decorre do prognatismo mandibular (tamanho desproporcionalmente maior da mandíbula em relação à maxila) e do retrognatismo maxilar (achatamento do terço médio da face). O perfil do paciente é côncavo, variando o gral de acordo com a gravidade do caso. Indivíduos com este tipo de deformidade sempre apresentam alterações miofuncionais orais.
Durante a fase de crescimento, pequenas ou grandes alterações nesse processo podem interferir no desenvolvimento craniofacial, assim como nas estruturas moles, resultando em alteração no tônus, na postura, na mobilidade e consequentemente nas funções miofuncionais orais.
No prognatismo, a língua posiciona-se no assoalho da boca, permanecendo plana e hipotônica, devido ao maior tamanho e profundidade da mandíbula. A base da língua posiciona-se mais baixa, não tendo, portanto, contato direto com o palato mole, fazendo com que o mesmo posicione-se de forma mais verticalizada.
Na Classe III, não há um vedamento labial adequado. O lábio inferior encontra-se hipotônico enquanto que o músculo mentual, na tentativa de compensar a hipofuncionalidade desse lábio, torna-se hiperfuncional. O lábio superior apresenta um aspecto encurtado, com tonicidade diminuída e ausência de vedamento labial.
O palato duro apresenta-se quase sempre em ogiva, relacionado à presença de respiração oral e, por outro lado, de uma mordida cruzada completa. Essa mordida cruzada é consequência de alterações no padrão mastigatório.
O padrão mastigatório na Classe III, é geralmente verticalizado, sem movimentos de lateralização de mandíbula, pois, este movimento é difícil, uma vez que a maxila está acomodada dentro da mandíbula, inviabilizando os movimentos de laterotrusão. Além disso, há excessiva utilização do dorso da língua, esmagando o alimento contra o palato.
O músculo bucinador, fica hipofuncional, resultando em pouco ou nenhuma atuação durante a mastigação, devido à discrepância das bases ósseas e da alteração oclusal.
Na fase pré-cirúrgica, a atividade muscular do prognata apresenta níveis baixos. Após a cirurgia, há um aumento significativo na contração dos músculos masséter e temporal.
A deglutição caracteriza-se por uma pressão atípica de dorso de língua no palato, com excessiva participação da musculatura perioral e projeção de língua. Contudo, a projeção lingual anterior não agrava mais o quadro, pois esta é uma condição funcional adaptativa. A deglutição é ainda mais prejudicada pela malformação do bolo alimentar, devido a mastigação ineficiente.
A fala do prognata apresenta distorções fonéticas devido a hiperfunção do lábio superior, alterando fonemas como [f] e [v], que são produzidos pelo contato do lábio superior com os incisivos inferiores; [s] e [z] que são produzidos com a elevação do dorso da língua; e os fonemas linguoalveolares, como [t, d, l, n, r], produzidos com a anteriorização da língua ou pelo contato da língua com o lábio superior. O lábio superior é mais usado durante a produção dos fonemas bilabiais [p, b, m]. Já nos linguoalveolares e sibilantes como [s] e [z], também pode ocorrer a utilização da parte média da língua.
Bibliografia consultada: ALÉSSIO CV, MEZZOMO CL, KORBES D. Intervenção Fonoaudiológica nos casos de pacientes classe III com indicação à Cirurgia Ortognática. Arquivos em Odontologia, Volume 43, Nº 03, Julho/Setembro de 2007.
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