quarta-feira, 16 de junho de 2010

Orientações quanto à alimentação para Disfágicos

Pacientes com disfagia orofaríngea podem apresentar diferentes graus de dificuldade no ato de engolir. Este transtorno acomete em sua grande maioria pessoas idosas, tratando-se de um sintoma presente em muitas doenças degenerativas como Parkinson e Alzheimer.
    
Existem exercícios miofuncionais orais que atuam de forma eficiente sobre as estruturas responsáveis pela deglutição. É a fonoaudiologia atuando para reabilitar o paciente disfágico. Além de exercícios fonoaudiológicos também existem orientações importantíssimas que devem ser adotadas:

Ambiente da alimentação: O local em que você fará suas refeições deve ser tranquilo. Mantenha desligado televisão, rádio ou qualquer outro aparelho que possa distrair. É importante manter a atenção para a alimentação. Porém, isso não impede que outros membros da família façam suas refeições juntamente com você, isso deve acontecer quando possível.

Tempo de refeição: Você não deve ser apressado durante as suas refeições. Porém, se você estiver gastando muito tempo em uma única refeição, você pode estar gastando mais energia para se alimentar do que está ganhando com o alimento. O tempo de uma refeição principal (café da manhã, almoço e jantar) poderá durar no máximo 30 minutos.

Apresentação do alimento: Quando estamos diante de um alimento bonito e cheiroso, sentimos mais vontade de comê-lo. Então, para ajudá-lo a ter mais motivação ao se alimentar, facilitando o controle oral do bolo alimentar, a comida deve ser apresentada de forma prazerosa. Abuse de cores, sabores e cheiros, sem deixar de lado suas preferências (sempre se tem mais prazer em comer o que se gosta) e as consistências alimentares estabelecidas pelos profissionais.

Postura durante a alimentação: É importante que durante as refeições, e cerca de 20 minutos após esta, você permaneça sentado, com o tronco ereto e a cabeça erguida. Se estiver acamado, você deve ser encostado na cabeceira da cama com travesseiros, ficando com o tronco o mais ereto possível. A cabeça deve estar erguida e deverá ser apoiada com suportes se necessário.
    
Uma posição correta durante a alimentação dificulta a entrada dos alimentos nos pulmões, deixando a alimentação mais segura. Perceba que uma cabeça erguida é uma cabeça ereta, sem estar inclinada para frente e nem para trás.
    
Modificações na postura da cabeça, durante a alimentação, são técnicas especiais que podem facilitar a deglutição e serão orientadas pelo fonoaudiólogo quando necessário.

Higienização oral: A limpeza deverá ser feita com a escovação dentária, com uma escova pequena e com cerdas macias, lembrando-se de escovar os dentes e a língua. Todos os resíduos alimentares ou secreções que estiverem na boca deverão ser retirados.
    
Se você utiliza prótese dentária, esta deverá ser retirada e limpa com a escovação após cada refeição, assim como a língua deverá ser escovada. É importante retirar a prótese dentária ao dormir, colocando-a em um copo com água e algumas gotas de água sanitária (ajuda a manter a limpeza e conservação da prótese), recolocando-a pela manhã após limpá-la muito bem com água corrente.
    
Em pacientes que não possuem dentição, a limpeza da boca deve ser feita com a escovação da língua e o restante com uma gaze humedecida em água e anti-séptico bucal.

Consistência e volume do alimento: Muitas vezes, para facilitar s deglutição e deixá-la mais segura, a consistência do alimento é modificada, conforme a dificuldade de deglutição. É importante utilizar consistências mais finas caso a dificuldade seja grande.
    
Além das modificações das consistências, também deverá ser controlado o volume de cada deglutição, ou seja, a quantidade de alimento que se colocará na boca de cada vez, para que se tenha maior segurança ao engolir.

Fonte: Silvério, Cola e Silva. Ações educativas para pacientes adultos com disfagia orofaríngea, 2006.

5 comentários:

  1. A minha avó se engasga muito quando está comendo será disfagia? De qualquer forma vou seguir essas orientações. Valeu muito.

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  2. Olá Ivonice! É bem provável que sua avó esteja mesmo com um quadro de disfagia. Os idodos natualmente tem maiores chances de desenvolver a disfagia, pois, o envelhecimento das estruturas orofaciais por si só já é um fator desencadeante do transtorno da deglutição. O engasgo é o principal sintoma, portanto, num primeiro momento estas orientações irão ajudar bastante, mas o ideal é que você leve-a ao médico para confirmar o diagnóstico. O médico pedirá exames específicos. Outra opção também é procurar um fonoaudiólogo experiente em disfagia, que poderá realizar a avaliação da deglutição e dar orientações mais específicas para o caso de sua avó.

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  3. por favor,
    receitas para quem tem disfagia mas tem o paladar preservado .
    grato,
    Diógenes Dominguez

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  4. Caro Diogenes,
    Todas as orientações citadas acima devem ser seguidas em qualquer caso de disfagia. Se o paciente apresenta o paladar preservado o aproveitamento das orientações será melhor ainda. Indivíduos disfágicos que perderam o paladar e o olfato tem maiores dificuldades em recuperar a deglutição adequada. O momento da refeição deve sempre ser prazeroso, portanto, o paladar já estando preservado ajuda muito na recuperação. A estimulação gustativa favorece o aumento da produção de saliva, ajudando o bolo alimentar a descer mais suavemente. A gustação pode ser estimulada durante as refeições, através do olfato. Como os dois sentidos estão diretamente relacionados, a estimulação olfativa ajuda imediatamente no aumento da produção de saliva. Então, antes de o disfágico começar a comer, é importante cheirar os alimentos. Outra dica é a utilização de alimentos e sucos azedos como o limão. O azedo estimula a gustação mais do que o doce, o salgado e o amargo. Mesmo estando o paladar preservado é importante fazer essa estimulação associada às demais orientações, pois a melhora na deglutição poderá ser mais rápida.

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  5. Qual a importância do uso de espessaste na alimentação do paciente disfagico?

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