Os benefícios da indicação da
consistência alimentar adequada ao paciente disfágico pelo fonoaudiólogo são
indiscutíveis. Nossa atuação com esses pacientes – seja nos consultórios ou
hospitais, seja participando diretamente das equipes de transtornos da
deglutição – está cada vez mais em destaque e com crescente valorização. Esse é
o fruto da atuação com seriedade que a Fonoaudiologia tem realizado ao longo
dos últimos anos, apresentando os benefícios que o nosso desempenho proporciona
junto aos transtornos da deglutição. A responsabilidade do fonoaudiólogo se
torna cada vez maior e, para tanto, é necessário que a área se configure na
atuação baseada em evidências, com crescentes pesquisas e indagações.
O fonoaudiólogo é o profissional
responsável por prescrever a consistência alimentar indicada para o indivíduo
disfágico, incluindo, quando necessário, a indicação do uso de espessante
alimentício. Porém, não nos atentamos para a composição deste produto, que
apresenta em sua composição um importante mineral para a nossa saúde, o sódio,
que pode se tornar maléfico quando ingerido à saúde quando ingerido em altas
doses por tempo prolongado. O uso excessivo do sódio pode causar alterações no
metabolismo do indivíduo, com aumento da pressão arterial, insuficiência renal,
entre outras. Diante desta realidade, será que podemos prescrever o espessante
alimentar para qualquer paciente, em qualquer quantidade, por períodos
prolongados? Não
seria mais responsável discutir a indicação com outros profissionais da equipe,
especialmente nutricionistas e médicos, para saber se a quantidade da substância
que o paciente irá ingerir pode afetar a sua saúde?
Cabe ressaltar que alguns pacientes
disfágicos só apresentam deglutição segura para a consistência pastosa,
utilizando, assim, o espessante em grande parte da sua alimentação. Como atuar
diante dos casos de pacientes disfágicos crônicos, sem o prognóstico de interromper
o uso do espessante Vale lembrar que nos casos da
necessidade de engrossantes podemos sugerir o uso de espessantes naturais; mas
e para espessar a água?
Diante desses múltiplos questionamentos,
no mês de agosto de 2012, foi promovido o I Fórum Multidissiplinar sobre o uso
de espessante alimentar em pacientes disfágicos, em uma parceria estabelecida
entre a equipe de fonoaudiologia do Complexo Hospitalar de São Bernardo do
Campo, o Setor de Pós-Graduação da Faculdade de Medicina do ABC e o Conselho
Regional de Fonoaudiologia 2ª Região. As discussões apontaram para a
necessidade de um seguimento mais rigoroso dos pacientes em uso de espessantes,
considerando as particularidades de suas doenças. Por isso, é essencial a
participação de fonoaudiólogos, médicos e nutricionistas na indicação e
prescrição do espessante alimentar.
Muitas discussões ainda se fazem
necessárias para sanar as dúvidas em torno do assunto. É imprescindível a
discussão entre fonoaudiólogos e demais profissionais da equipe em busca de
respostas para garantir assistência ao paciente disfágico com segurança,
qualidade e dignidade.
Fonte: ERCOLIN, B; SIQUEIRA, C. Revista
Comunicar. Ano XIII, núm. 55, out-dez de 2012
Gostaria de saber se você tem algum artigo sobre o assunto. Gostaria de mais informações sobre esse tema. Obrigada
ResponderExcluirInfelizmente não existem muitas publicações relacionando o fonoaudiólogo à prescrição de espessante alimentício. Você encontrará o tema disfagia e espessantes mais relacionados a área de nutrição.
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