domingo, 6 de maio de 2012

Fonoaudiologia e Ortodontia

 
Por Sabrina Leão
 
Um grande percentual de pacientes dos consultórios odontológicos é portadora de algum tipo de Distúrbio Miofuncional Orofacial. Atualmente, o fonoaudiólogo atua  com os pacientes de prótese removível parcial ou total, odontopediatria, disfunções da ATM (Articulação Temporo-mandibular), ortodontia, buco-maxilo facial (cirurgia ortognática, traumas de face, oncologia), periodontia e ortopedia funcional.
    
A Fonoaudiologia em conjunto com a Ortodontia, realizam importante avaliação morfofuncional para correção dos desvios das funções neuro-vegetativas e morfológicas do sistema estomatognático, que são as funções estomatognáticas de sucção, mastigação e deglutição.
     
O ortodontista deve estar bem informado sobre a importância dessa atuação em conjunto, e, de como a fonoaudiologia pode tornar o tratamento ortodôntico mais eficaz. Sendo assim, é essencial que o ortodontista procure conscientizar seus pacientes sobre a importância do diagnóstico e intervenção multidisciplinar, diminuindo assim os danos causados ao crescimento e desenvolvimento das estruturas craniofaciais o mais cedo possível.
     
O Sistema Estomatognático é composto pelos dentes, ossos maxilar e mandibular, musculatura orofacial, vasos sanguíneos e nervos. Essas estruturas precisam de harmonia entre si para o correto crescimento e desenvolvimento das estruturas, garantindo um funcionamento eficiente de suas funções.
     
Segundo Terra (2004), as funções estomatognáticas são: sucção, mastigação, deglutição, respiração, fonação, expressão facial, postura de mandíbula e de língua e manutenção da condição postural da cabeça, além da função morfogenética, que diz respeito à forma dos arcos dentários. Sendo assim, não deve-se esquecer que para um adequado funcionamento das funções, é necessária a adequação das estruturas estomatognáticas que as executam. Tais estruturas tem relação direta com a qualidade  dos movimentos vinculados à estabilidade das articulações temporo-mandibulares. 
     
A mastigação é a mais importante função estomatognática, pois sua qualidade interfere diretamente no crescimento e desenvolvimento craniofacial. Nada mais é que a ação de morder, triturar e pasteurizar o alimento. Surge ainda no período embrionário, por volta do sétimo mês gestacional, mas torna-se efetivo apenas durante o início da erupção dentária, por volta de um ano e meio de idade.
     
A mastigação é uma função essencial para a prevenção dos distúrbio miofuncionais orais, sendo responsável pelo desenvolvimento maxilar, além da manutenção dos arcos dentários, estabilidade da oclusão e equilíbrio muscular e funcional, necessários para a deglutição correta e articulação dos fonemas.
     
Para Terra (2004), a função mastigatória contribui significativamente para o desenvolvimento craniofacial. A mandíbula é um ativador contra a maxila, e, a maxila é um receptor. A mastigação surge no SNC e no estímulo periférico periodontal que provavelmente é responsável pelo padrão mastigatório. Portanto, a mastigação errada, pode ser fator etiológico de maloclusão e recidiva dos tratamentos ortodôntico ou ortopédico. Portanto, o conhecimento básico da neurofisiologia oral dá melhor suporte para melhores resultados clínicos.
 
Bibliografia consultada: TERRA, V. Mastigação: Abordagens terapêuticas. In: Motricidade Orofacial – Como atuam os especialistas. SBFa. Ed. Pulso, 2004.

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