sábado, 19 de janeiro de 2013

Curiosidades sobre a Mastigação


Por Sabrina Leão


A mastigação é dividida em três fases distintas: incisão, trituração e pulverização. A incisão é o momento do corte do alimento, realizado com os dentes incisivos. Nesse momento, a mandíbula realiza o movimento de protrusão,a fim de conseguir posição de topo dental anterior. Ao mesmo tempo, os músculos elevadores se contraem, fazendo com que a mandíbula volte a posição anterior, fechando a boca. Durante a incisão já ocorre o aumento na produção de saliva. A língua, ao receber o alimento, posterioriza-o, para que cheguem até os dentes posteriores, iniciando a trituração que é o momento de “quebra” do alimento em partículas menores. Durante a trituração, a língua com a ajudo do músculo bucinador leva o alimento até as faces oclusais dos dentes para que sejam adequadamente triturado.

A última fase é a pulverização, momento da transformação do alimento em partículas menores. Essas pequenas partículas são misturadas à saliva, formando o bolo alimentar. Quando esse bolo está preparado é iniciada a deglutição.

A duração da mastigação e o momento da deglutição variam dependendo da consistência do alimento. Durante a mastigação podem ocorrer deglutições sequenciais à medida que parte do alimento, já triturado e pulverizado, vai posicionando-se na parte posterior da cavidade oral e toca os pilares anteriores da faringe. Durante a mastigação o alimento vai sendo gradativamente jogado para trás pela ação conjunta de língua e bucinador.

O reflexo da deglutição é desencadeado pelo toque do alimento na região dos pilares anteriores da faringe. A porção pulverizada que toca essa região é automaticamente deglutida, enquanto que o restante do alimento que ainda não está pronto continua sendo pulverizado.

Portanto, mastigação e deglutição podem ocorrer quase contomitante e contínuamente. O que irá determinar a frequência das deglutições será a consistência, a unidade e o sabor do alimento.

Outra curiosidade é o chamado ciclo mastigatório, que corresponde a “um movimento mandibular completo, desde a abertura até a quebra do alimento em fragmentos menores, terminando quando o alimento está na consistência adequada para ser deglutido” (Bianchini,2005). A cada ciclo mastigatório, a medida que o alimento vai sendo fragmentado e misturado à saliva, ocorre a diminuição da amplitude dos movimentos e da força mastigatória.

A duração e a frequência do ciclo mastigatório também depende do tipo e consistência do alimento, não existindo, portanto, um número exato de golpes por ciclo. Além das características do alimento, deve-se levar em consideração a tipologia facial de cada indivíduo.

O indivíduo que tem como característica facial a face curta, apresenta um crescimento predominantemente horizontal. Seus músculos mastigatórios são mais potentes, portanto, sua mastigação é mais forte, mais intensa. Já que a mastigação é mais vigorosa, existe uma maior facilidade na trituração do alimento, sendo então necessário um número reduzido de ciclos mastigatórios, fazendo com que a mastigação seja mais fácil e mais rápida. Além disso, o bucinador participa de uma forma mais intensa da mastigação e existe uma maior facilidade no vedamento labial anterior.

No sujeito face longa o padrão mastigatório é inverso. Nesse tipo facial a musculatura por ser mais longa, apresenta menor potência, e, consequentemente, menor força. Sendo assim, a mastigação é menos potente, sendo necessário um maior número de ciclos mastigatórios para triturar o alimento. Isso torna também a mastigação na face longa mais lenta e demorada. Essa diferença mastigatória não torna necessariamente essa mastigação inadequada, apenas diferente.

Bibliografia consultada: 
FELÍCIO, C.M.; TRAWITZKI, L.V.V. Interfaces da medicina, odontologia e fonoaudiologia no complexo cérvico-craniofacial. Vol. 1. Ed. Pró-Fono. Barueri, 2009.
BIANCHINI, EMG Mastigação e ATM - Avaliação e terapia. In: MARCHESAN, I.Q. Fundamentos em Fonoaudiologia: aspectos clínicos da motricidade oral. Guanabara Koogan, 2ª. Edição. Rio de Janeiro, 2005.

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