Por Sabrina Leão
A
mastigação é dividida em três fases distintas: incisão, trituração e
pulverização. A incisão é o momento
do corte do alimento, realizado com os dentes incisivos. Nesse momento, a
mandíbula realiza o movimento de protrusão,a fim de conseguir posição de topo
dental anterior. Ao mesmo tempo, os músculos elevadores se contraem, fazendo
com que a mandíbula volte a posição anterior, fechando a boca. Durante a
incisão já ocorre o aumento na produção de saliva. A língua, ao receber o
alimento, posterioriza-o, para que cheguem até os dentes posteriores, iniciando
a trituração que é o momento de
“quebra” do alimento em partículas menores. Durante a trituração, a língua com
a ajudo do músculo bucinador leva o alimento até as faces oclusais dos dentes
para que sejam adequadamente triturado.
A
última fase é a pulverização, momento da transformação do alimento em
partículas menores. Essas pequenas partículas são misturadas à saliva, formando
o bolo alimentar. Quando esse bolo está preparado é iniciada a deglutição.
A
duração da mastigação e o momento da deglutição variam dependendo da
consistência do alimento. Durante a mastigação podem ocorrer deglutições
sequenciais à medida que parte do alimento, já triturado e pulverizado, vai
posicionando-se na parte posterior da cavidade oral e toca os pilares
anteriores da faringe. Durante a mastigação o alimento vai sendo gradativamente
jogado para trás pela ação conjunta de língua e bucinador.
O
reflexo da deglutição é desencadeado pelo toque do alimento na região dos
pilares anteriores da faringe. A porção pulverizada que toca essa região é
automaticamente deglutida, enquanto que o restante do alimento que ainda não
está pronto continua sendo pulverizado.
Portanto,
mastigação e deglutição podem ocorrer quase contomitante e contínuamente. O que
irá determinar a frequência das deglutições será a consistência, a unidade e o
sabor do alimento.
Outra
curiosidade é o chamado ciclo
mastigatório, que corresponde a “um movimento mandibular completo, desde a
abertura até a quebra do alimento em fragmentos menores, terminando quando o
alimento está na consistência adequada para ser deglutido” (Bianchini,2005). A
cada ciclo mastigatório, a medida que o alimento vai sendo fragmentado e
misturado à saliva, ocorre a diminuição da amplitude dos movimentos e da força
mastigatória.
A
duração e a frequência do ciclo mastigatório também depende do tipo e
consistência do alimento, não existindo, portanto, um número exato de golpes
por ciclo. Além das características do alimento, deve-se levar em consideração
a tipologia facial de cada
indivíduo.
O
indivíduo que tem como característica facial a face curta, apresenta um crescimento predominantemente horizontal.
Seus músculos mastigatórios são mais potentes, portanto, sua mastigação é mais
forte, mais intensa. Já que a mastigação é mais vigorosa, existe uma maior
facilidade na trituração do alimento, sendo então necessário um número reduzido
de ciclos mastigatórios, fazendo com que a mastigação seja mais fácil e mais
rápida. Além disso, o bucinador participa de uma forma mais intensa da
mastigação e existe uma maior facilidade no vedamento labial anterior.
No
sujeito face longa o padrão
mastigatório é inverso. Nesse tipo facial a musculatura por ser mais longa,
apresenta menor potência, e, consequentemente, menor força. Sendo assim, a
mastigação é menos potente, sendo necessário um maior número de ciclos
mastigatórios para triturar o alimento. Isso torna também a mastigação na face
longa mais lenta e demorada. Essa diferença mastigatória não torna
necessariamente essa mastigação inadequada, apenas diferente.
Bibliografia consultada:
FELÍCIO, C.M.; TRAWITZKI, L.V.V. Interfaces da medicina, odontologia e
fonoaudiologia no complexo cérvico-craniofacial. Vol. 1. Ed. Pró-Fono. Barueri,
2009.
BIANCHINI, EMG Mastigação e ATM - Avaliação e terapia. In: MARCHESAN, I.Q. Fundamentos em
Fonoaudiologia: aspectos clínicos da motricidade oral. Guanabara Koogan, 2ª.
Edição. Rio de Janeiro, 2005.
Nenhum comentário:
Postar um comentário