Por Sabrina Leão
As fraturas mandibulares não diferem das demais
fraturas de outros ossos do corpo humano, porém, a reabilitação deste tipo de
fratura é diferenciada, devido à presença da oclusão dentária e dos côndilos
mandibulares.
Pacientes acometidos por fraturas mandibulares
necessitam de um trabalho muscular especificamente voltado para a musculatura
responsável pelos, movimentos mandibulares e mastigação.
Os traumas de face interferem diretamente no
funcionamento normal do Sistema Estomatognático, e, consequentemente nas
funções estomatognáticas (mastigação, deglutição e fala).
Nas fraturas mandibulares, as alterações encontradas
são:
- presença de dor e edema no local traumatizado
- sensibilidade intensa
- limitação parcial dos movimentos mandibulares com desvio destes para o lado da
fratura
- limitação na abertura da boca
- redução na amplitude do movimento mastigatório
- mastigação unilateral preferencial ao lado da
fratura
- participação inadequada da língua durante a
mastigação, amassando o alimento contra o palato
- apoio de língua em repouso preferencialmente
do lado da fratura
- dificuldade na deglutição devido à dificuldade
na formação do bolo alimentar
- articulação da fala com desvio no percurso
mandibular para o lado acometido
- repouso mandibular assimétrico, com apoio de
língua preferencialmente do lado da fratura
- movimentos condilares preservados apenas no
lado bom
A terapia
fonoaudiológica nos traumas de face, conhecida também como terapia miofuncional
orofacial, é um importante tratamento complementar nas fraturas mandibulares,
pois, devolve a amplitude e a qualidade dos movimentos da mandíbula,
restabelecendo as funções orofaciais, evitando a restrição dos movimentos e a
limitação na realização das funções de mastigar, deglutir e falar.
Os objetivos da terapia fonoaudiológica
miofuncional orofacial são:
- aumento da amplitude de abertura da boca
- relaxamento da musculatura orofacial que
estava em forte contração
- devolver a sensibilidade orofacial ao paciente
- alongamento dos músculos mastigatórios
- adequação dos movimentos orofaciais evitando
adaptações nocivas
- aumento da mobilidade e tônus dos músculos
para execução dos movimentos de mímica facial, mastigação, deglutição e fala,
resultando em estabilização funcional destas funções
- promover a simetria de mobilidade da face, evidando
assimetrias e restrições nos movimentos mandibulares, como a anquilose
temporomandibular
Bibliografia consultada:
CONTANTINO DR, BUZOLLO S.A,
TOLEDO PN, ASSENCIO-FERREIRA VJ. Possibilidades de atuação do fonoaudiólogo nos
traumas de face: relato de caso. Revista CEFAC, 2002; 4:191-194.
BIANCHINI EMG, MORAES
RB, NAZARIO D, LUZ JGC Terapêutica interdissiplinar para fratura cominutiva de
côndilo por projétil de arma de fogo – Enfoque miofuncional. Revista CEFAC,
set-out, 2010.
BIANCHINI EMG, MANGILLI LD,
MARZOTTO SR, NAZÁRIO D. Pacientes acometidos por trauma de face:
caracterização, aplicabilidade eresultados do tratamento fonoaudiológico
específico. Revista CEFAC, São Paulo, v.6, n.4, 388-95, out-dez, 2004.
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