segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Fonoaudiologia e Ortodontia: atuação conjunta

Imagem: ortoevidente.com

Por Brisa Emily Lobo (acadêmica do curso de Fonoaudiologia da Universidade Nilton Lins - Manaus-AM)

Trabalhar em equipe multidisciplinar se tornou de extrema importância e de uma necessidade dos profissionais da saúde decorrente de suas limitações em suas especialidades.

Na parceria Odontologia e Fonoaudiologia a meta é a resolução dos problemas de pacientes que apresentam alguma alteração no Sistema Estomatognático. Sabe-se que tal sistema possui funções vitais para o ser humano como; respiração, sucção, mastigação e deglutição. Além dessas, existem funções de relação com o meio externo por meio da expressão facial e fala.

Qualquer alteração nesse sistema poderá ocasionar modificações estruturais e funcionais no indivíduo (crescimento facial, oclusão e estética). Com isto, a fonoaudiologia em conjunto com a ortodontia realizam importantes avaliações e tratamentos morfofuncional para a correção dos desvios das funções do sistema estomatognático.

Na maioria dos casos, pacientes que buscam o tratamento odontológico, apresentam algum tipo de distúrbio na região facial que possivelmente apresentará uma má oclusão dentária. Nesses casos, a interação de ambas profissões é essencial para o tratamento do paciente; o ortodontista (profissionais especializados em ortodontia e ortopedia funcional), tratando das desordens dentárias e oclusais e o fonoaudiólogo especializado em Motricidade Orofacial, trabalhando na estimulação do sistema estomatognático para que suas funções ocorram de maneira adequada.

Além desses distúrbios que ocasionam alterações dentárias; anormalidades na postura, principalmente de lábios e língua acarretarão prejuízos no mecanismo dos músculos envolvidos na mastigação, comprometendo a realização das funções orais. Este fato faz com que os dentes procurem outras posições de equilíbrio, gerando alterações na estabilidade e harmonia dento-facial.

Desta forma, a atuação conjunta destas especialidades é fundamental, sempre visando a obtenção de um equilíbrio muscular e ósseo adequado para o bom desempenho das funções orofaciais. O trabalho dessas especialidades é essencial no sentido de minimizar as recidivas ortodônticas e cabe ao ortodontista saber a importância que o profissional da fonoaudiologia têm e que, a atuação dessas duas áreas, proporcionará um tratamento adequado e eficaz para seus pacientes.

Bibliografia consultada:
AMARAL, E. et al. Inter-relação entre odontologia e a fonoaudiologia na motricidade orofacial. São Paulo. Jul-set, 2006
CARVALHO. A importância da integridade do binômio forma X função. 1999

domingo, 5 de maio de 2013

Fonoaudiologia: verdades que precisam ser ditas

 
A fala é um privilégio concedido pela natureza somente à espécie humana. Algumas aves até podem repetir a fala humana, mas utilizá-la para expressar sentimentos apenas o homem faz. Usamos a fala para expressar nossos interesses, gostos, sentimentos e conhecimentos. Por ser algo comum no nosso dia-a-dia, esse processo nos parece muito simples, contudo, para que possamos falar corretamente, além de um ambiente familiar e social favorável, muitas estruturas do corpo humano precisam funcionar com perfeição.
 
Desde que nascemos ações como sugar, morder, mastigar, engolir, rir e chorar preparam os músculos de nossa face para a fala. Além desses músculos, para falar precisamos também que o cérebro tenha registrado os sons e nomes das palavras ouvidas, que organize o pensamento, relacione idéias e que deseje se comunicar.
 
Uma fala clara e correta é primordial para transmitirmos nossos pensamentos com exatidão e confiança a quem ouve. Alterações no modo de falar ou na forma de organizar os pensamentos a serem transmitidos podem levar à incompreensão da mensagem falada. Por outro lado, a fala pode até ser transmitida com exatidão, mas se a audição não estiver funcionando bem, a mensagem ouvida também poderá não ser compreendida em sua totalidade.
 
Desta forma é importante saber que a Fonoaudiologia é a profissão de saúde que atua com os aspectos relacionados à comunicação humana, no que se refere ao seu desenvolvimento, aperfeiçoamento, distúrbios e diferenças, em relação à audição, ao equilíbrio (função vestibular), à função cognitiva, à linguagem oral e escrita, à fala, à fluência, à voz, às funções orofaciais e à deglutição.
 
Fonte: Conselho Federal de Fonoaudiologia
 


terça-feira, 23 de abril de 2013

Dificuldades na deglutição de idosos

Por Sabrina Leão
 
A alteração na deglutição de idosos é denominada Presbifagia. Essas alterações interferem diretamente na qualidade da alimentação do idoso, portanto, é muito importante reconhecê-las. A seguir, conheça as alterações correspondentes a cada fase da deglutição.      
 
Fase Oral: A lingual apresenta redução de mobilidade e força muscular e perda de papilas gustativas. Essa perda de papilas, em conjunto com a diminuição do olfato, comprometem informações sensoriais importantes durante a alimentação.
Existe uma maior dificuldade na preparação do bolo alimentar, devido a perda natural da dentição, associada à diminuição do tônus da musculatura mastigatória, levando o indivíduo mais rapidamente à fadiga muscular. Além disso, a presença de prótese dentária pode afetar os receptores mecânicos e sensoriais do palato duro. Devido a todas essas alterações, a fase oral preparatória da deglutição, que corresponde a mastigação, acaba sendo muito mais demorada.

Fase Faríngea: A laringe apresenta redução de elevação e diminuição na força do fechamento da entrada da via aérea inferior. Essa diminuição da elevação laríngea, também desencadeia a redução do diâmetro de abertura do segmento faringoesofágico. Ocorre também a diminuição da sensibilidade faríngea, diminuindo a proteção das vias aéreas.
 
Fase Esofágica: Diminuição da amplitude dos movimentos peristálticos devido ao espessamento da musculatura involuntária, atraso no esvaziamento esofágico, aumento das ondas não-peristálticas e aumento da dilatação esofágica.
 
Bibliografia consultada: GROHER,M.E. Distúrbios  de deglutição em idosos. In: FURKIM, A.M.; SANTINI,C.R.Q.S. Disfagias Orofaríngeas. Pro-Fono, 2008.


sexta-feira, 29 de março de 2013

Tratamento fonoaudiológico da fratura mandibular


Por Sabrina Leão

As fraturas mandibulares não diferem das demais fraturas de outros ossos do corpo humano, porém, a reabilitação deste tipo de fratura é diferenciada, devido à presença da oclusão dentária e dos côndilos mandibulares.
Pacientes acometidos por fraturas mandibulares necessitam de um trabalho muscular especificamente voltado para a musculatura responsável pelos, movimentos mandibulares e mastigação.

Os traumas de face interferem diretamente no funcionamento normal do Sistema Estomatognático, e, consequentemente nas funções estomatognáticas (mastigação, deglutição e fala).
Nas fraturas mandibulares, as alterações encontradas são:
- presença de dor e edema no local traumatizado
- sensibilidade intensa
- limitação parcial dos movimentos mandibulares com desvio destes para o lado da fratura
- limitação na abertura da boca
- redução na amplitude do movimento mastigatório
- mastigação unilateral preferencial ao lado da fratura
- participação inadequada da língua durante a mastigação, amassando o alimento contra o palato
- apoio de língua em repouso preferencialmente do lado da fratura
- dificuldade na deglutição devido à dificuldade na formação do bolo alimentar
- articulação da fala com desvio no percurso mandibular para o lado acometido
- repouso mandibular assimétrico, com apoio de língua preferencialmente do lado da fratura
- movimentos condilares preservados apenas no lado bom
A terapia fonoaudiológica nos traumas de face, conhecida também como terapia miofuncional orofacial, é um importante tratamento complementar nas fraturas mandibulares, pois, devolve a amplitude e a qualidade dos movimentos da mandíbula, restabelecendo as funções orofaciais, evitando a restrição dos movimentos e a limitação na realização das funções de mastigar, deglutir e falar.
Os objetivos da terapia fonoaudiológica miofuncional orofacial são:
- aumento da amplitude de abertura da boca
- relaxamento da musculatura orofacial que estava em forte contração
- devolver a sensibilidade orofacial ao paciente
- alongamento dos músculos mastigatórios
- adequação dos movimentos orofaciais evitando adaptações nocivas
- aumento da mobilidade e tônus dos músculos para execução dos movimentos de mímica facial, mastigação, deglutição e fala, resultando em estabilização funcional destas funções
- promover a simetria de mobilidade da face, evidando assimetrias e restrições nos movimentos mandibulares, como a anquilose temporomandibular
A reabilitação fonoaudiológica na fratura mandibular é crucial para a recuperação do paciente. Através da terapia miofuncional orofacial, o indivíduo recupera mais rapidamente a funcionalidade do sistema estomatognático, o que contribui para uma alta mais rápida.

Bibliografia consultada:
CONTANTINO DR, BUZOLLO S.A, TOLEDO PN, ASSENCIO-FERREIRA VJ. Possibilidades de atuação do fonoaudiólogo nos traumas de face: relato de caso. Revista CEFAC, 2002; 4:191-194.
BIANCHINI EMG, MORAES RB, NAZARIO D, LUZ JGC Terapêutica interdissiplinar para fratura cominutiva de côndilo por projétil de arma de fogo – Enfoque miofuncional. Revista CEFAC, set-out, 2010.
BIANCHINI EMG, MANGILLI LD, MARZOTTO SR, NAZÁRIO D. Pacientes acometidos por trauma de face: caracterização, aplicabilidade eresultados do tratamento fonoaudiológico específico. Revista CEFAC, São Paulo, v.6, n.4, 388-95, out-dez, 2004.


sábado, 16 de março de 2013

Fonoaudióloga do Distrito Federal trata caso de aglossia congênita

O caso da jovem brasiliense de 22 anos que nasceu sem a língua por conta de uma doença rara, chamada aglossia congênita isolada, gerou grande comoção nacional. Auristela Viana da Silva consegue conviver normalmente em sociedade, mesmo sem o músculo que auxilia na comunicação e na deglutição de alimentos, graças ao trabalho da equipe multidisciplinar que a acompanhou desde o nascimento. Uma das responsáveis pela recuperação da fala de Auristela foi a fonoaudióloga Maria Lúcia Torres, do Núcleo de Estudos em Educação e Promoção à Saúde da Universidade de Brasília. Ela foi fundamental em todo o processo para fazer a jovem se comunicar. Além da fonoaudióloga, Auristela contou com a ajuda de médicos, psicólogos, odontólogos e nutricionistas. A fonoaudióloga teve de ensinar a jovem, por exemplo, a utilizar outros músculos do rosto para pronunciar fonemas – principalmente aqueles que necessitam do uso da língua – e a mastigar e engolir da melhor forma. O caso de Auristela é o terceiro identificado em todo o mundo e dará origem a um protocolo de tratamento para as sequelas da aglossia congênita.
Fonte: Conselho Federal de Fonoaudiologia

quarta-feira, 6 de março de 2013

DTM e Fonoaudiologia

Por Sabrina Leão
A disfunção das articulações temporo mandibulares (ATMs) também é denominada como Desordem Temporomandibular (DTM), termo adotado pela American Dental Association.
As DTMs relacionam-se a desordens estruturais e funcionais do sistema estomatognático. São classificadas em desordens dos músculos mastigatórios e desordens articulares. Seus fatores predisponentes são má oclusão dentária, problemas neuromusculares e emocionais, podendo estar associados ou não.
As causas da DTM podem variar entre os pacientes, mas os sintomas apresentados geralmente são: dores nos músculos mastigatórios, nas articulações temporomandibulares e na região pré-auricular, além de limitação nos movimentos mandibulares e em alguns casos sintomas auditivos.
Devido a tantas alterações, o sistema estomatognático sofre uma “desorganização”, pois, não há uma boa estabilidade para morder, mastigar, deglutir e até mesmo falar.
Como o sistema estomatognático é importante para a execução de várias funções, é necessário que esteja com suas estruturas em plenas condições para a execução adequada de suas funções. Cabe portanto, aos profissionais envolvidos no tratamento da DTM, recuperar esse sistema, de modo que todas as funções possam ser realizadas de forma segura, sem dores, limitações e riscos de piora da disfunção.
A importância do fonoaudiólogo insere-se exatamente neste ponto, pois, a fonoterapia foca a reorganização neuromuscular, não apenas para alívio da dor e diminuição da hiperatividade muscular, mas principalmente para recuperação da funcionalidade, equilibrando as funções estomatognáticas com a oclusão do indivíduo.
Felício (2009), afirma que “o fonoaudiólogo deve distinguir as causas das consequências, os fatores primários dos secundários e aqueles que se lhes associam agravando o problema”. O tratamento fonoaudiológico da DTM nunca acontece isoladamente. Sempre é necessário o trabalho em conjunto com outros profissionais, dentre eles o cirurgião-dentista.
O objetivo terapêutico do fonoaudiólogo é a recuperação do equilíbrio do sistema estomatognático. O tratamento é iniciado com a realização de uma avaliação miofuncional orofacial. Em seguida, realiza-se o trabalho de conscientização do paciente sobre os fatores causais do seu problema para melhor compreensão da importância de se reabilitar as funções miofuncionais orofaciais.
Bibliografia consultada:
FELÍCIO, C.M. Desordens temporomandibulares e distúrbios miofuncionais orofaciais. In: FELÍCIO, C.M.; TRAWITZKI, L.V.V. Interfaces da medicina, odontologia e fonoaudiologia no complexo cérvico-craniofacial. Vol. 1. Ed. Pró-Fono. Barueri, 2009. 

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Boca Feliz: Aplicativo para Fonoaudiologia no seu iPad


 
 
Descobrí este aplicativo na internet e achei super legal! Ótima forma de trabalhar motricidade oral com crianças. O "Boca Feliz" é um aplicativo que ajuda na prática de exercícios de lábios, língua e bochechas. Fica aí como uma boa dica para os colegas.